Minha terra tem problemas com água.
Aqui, quando a natureza se aborrece, transborda.
Não treme. Não bufa. Não queima. Inunda.
Terra emocionada.
De lágrimas represadas, e gargalhadas forçadas.
Águas escuras e paradas, inundando os porões dos quartéis
os fundos das senzalas , o barulho dos remos, o som negro das galés.
Água das bolsas das mulheres espancadas.
Lágrimas represadas da traída,engolidas pela bolinada.
Brotam de toda a parte,caem de todo jeito.
De tempo em tempo vem.
Quem vai lavar o mar de lama? Quem?
Água de dentro de mim , forra o precipício aonde me atiro
Toda vez que quero me acabar de emoção.
Se abrindo pra me receber,me cuspindo
pra secura do mundo,toda vez que é preciso recomeçar.
Águas violentas, brutas, arrastando os homens.
Como seria, se ouvíssemos seu chorinho miúdo e contínuo?
Ahhh terra, chora um pouquinho, aos pouquinhos...
prometo que te escuto.Prometo que permito.
E deixo escorrer pela cara, sem tentar limpar.
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